quinta-feira, 9 de junho de 2011

POLÍTICA NACIONAL DE HUMANIZAÇÃO

A Política Nacional de Humanização (PNH), conforme documentos e artigos produzidos nos últimos cinco anos, vem afirmando uma política pública de saúde que não se reduz ao seu caráter governamental. Como política pública, portanto processual, se constrói a partir das experiências do SUS, dos processos de trabalho em curso nos serviços de saúde, afirmando-se nas práticas concretas dos trabalhadores, usuários e gestores que compõem o Sistema Único de Saúde (SUS) no nosso país.
A PNH, tem por objetivo central qualificar a gestão e a atenção à saúde, ou seja, é uma política que induz inovações nas práticas gerenciais e nas práticas de saúde, colocando para os diferentes coletivos/equipes implicados nestas práticas o desafio de superar limites e experimentar novas formas de organização dos serviços e novos modos de produção e circulação de poder. A aposta desta política, ao afirmar a inseparabilidade entre gestão e atenção, entende que a gestão dos processos de trabalho em saúde não pode ser compreendida como tarefa administrativa separada das práticas de cuidado. Neste sentido, vem produzindo um cardápio de ofertas-dispositivos para o desafio da construção de uma rede de cuidado territorial que responda às necessidades de usuários e trabalhadores de saúde.
Poder discutir em prol da autonomia, afirmar práticas congestivas exige deliberação, protagonismo e análise dos efeitos de nossas práticas quanto à produção de saúde.

REFERÊNCIA

GUEDES, C. R., PITOMBO, L. B. & BARROS, M. E. B. Os processos de formação na Política Nacional de Humanização: a experiência de um curso para gestores e trabalhadores da atenção básica em saúde. Physis - Revista de Saúde Coletiva, 19 [ 4 ]: 1087-1109. Rio de Janeiro, 2009.

Enfermagem e o Cuidado Humanizado

·         Por Maria Aparecida Bortolatto de Candia
·         Publicado 27/05/2009

O cuidado mais humanizado é uma forma de expressar relacionamento com o outro ser, a fim de se obter plena, não se restringindo apenas em atividades, que proporcionam meios de sobrevivência.
Uma expressão de carinho e interesse é característica humana. A enfermagem é uma disciplina, que lida com o ser humano, que é um ser em evolução, tem que haver humanização.
O cuidado humano tem sido amplamente estudado em áreas, como na psicologia e filosofia.
Mais modernamente tem sido também abordado na educação e na saúde. A enfermagem hoje resgata e discute a ampliação da arte de cuidar, introduzido e profissionalizado por Florence Nightingalle.
Com o passar do tempo o cuidar tornou-se mecanizado, fragmentado e tanto as pessoas que cuidam como as que recebem cuidado, parecem ter esquecido de que esta habilidade ou qualidade, além de constituir uma ação, é um valor, um comportamento, uma filosofia, uma arte e ciência.
Os enfermeiros devem ser atuante no processo ensino-aprendizagem, atuando não só na administração das atividades, mas sim estar em constante interação com o meio cuidar/cuidado, extraindo elementos, contribuindo e melhor identificando soluções para os problemas, e através de seu conhecimento, desenvolver a humanização.

 Referência:
Acd. Enf. Adrilene Soares

sábado, 4 de junho de 2011

Humanização da Assistência de Enfermagem: percepção de enfermeiros nos serviços de saúde de um município

A criação do Sistema único de Saúde (SUS) no Brasil implicou em profundas na atenção em saúde no país, que por um lado representaram avanços, principalmente no que tange ao acesso da população aos serviços públicos de saúde, e, por outro, (re) configuraram desafios para a efetiva aplicação de seus princípios.

Alguns exemplos desses desafios são a precarização das relações de trabalho, o baixo investimento na qualificação dos trabalhadores, a pouca participação dos profissionais da área da saúde nos processos decisórios, a desvalorização dos trabalhadores e a atenção centrada na doença desconsiderando as dimensões subjetias e sociais do indivíduo, somados as desiguadades sociais existentes no país.

Diante dessa realidade, o Ministério da Saúde (MS) criou o Programa Nacional de Humanização da Assistência Hospitalar (PNHAH) no ano 2000, que propôs um conjuto de ações com vistas a melhorar a qualiade e a eficácia dos serviços de saúde prestados nos hospitais públicos. Essa foi uma resposta às constantes queixas dos usuários por maus tratos nos hospitais tendo como objetivo fundamental " aprimorar as relações entre profissionais de saúde e usuários, dos proficionais entre si e do hospital com a comunidade".

REFERÊNCIA:

BECK, CLC. LISBOA, RL. Humanização da Assistência de Enfermagem: percepção de enfermeiros nos serviços de saúde de um município. Rev. Gaúcha Enferm., Porto Alegre (RS) 2009 março; 30 (1): 54-61.

sexta-feira, 3 de junho de 2011

Humanização do cuidado de enfermagem: O que é isso?

A humanidade é identificada ou evidenciada principalmente pelo cuidado, pois cuidar designa amor, amizade e cura. Pode - se então se dizer que a cura não se dá unicamente pelo técnico - curativo, mais principalmente pelo sentimento universal de amizade e amor, expressos no cuidado. Daí não ter como deixar de cuidar, ou vir a tornar - nos robôs, pois seria ir contra a própria natureza. O que parece ocorrer no entanto, é o gradativo esquecimento dessa humanidade. Surge, então, a humanização para encarar o processo de desumanização. Portanto, " humanizãção" ou " cuidado humanizado" mais sugere um meio de suavizar as consequências do sistema do que o cuidado propriamente dito.


Revista Brasileira de Enfermagem, Brasília 2009 maio - junho; 62 (3): 349 - 54

domingo, 22 de maio de 2011

Humanização é Clínica Ampliada

A Clínica Ampliada é um trabalho clínico que visa ao sujeito e à doença, à família e ao contexto, tendo como objetivo produzir saúde e aumentar a autonomia do sujeito, da família e da comunidade. Utiliza como meios de trabalho: a integração da equipe multiprofissional, a descrição de clientela e a construção de vínculo, a elaboração de projeto terapêutico conforme a vulnerabilidade de cada caso, e a ampliação dos recursos de intervenção sobre o processo saúde-doença (PNH, Ministério da Saúde, Textos Básicos, 2006).
Muitos profissionais tendem a considerar tudo o que não diz respeito às doenças como uma demanda “excessiva”, algo que violentaria o seu “verdadeiro” papel profissional. A Clínica Ampliada, no entanto, não desvaloriza nenhuma abordagem disciplinar. Ao contrário, busca integrar várias abordagens para possibilitar um manejo eficaz da complexidade do trabalho em saúde, que é necessariamente transdisciplinar e, portanto, multiprofissional. Trata-se de colocar em discussão justamente a fragmentação do processo de trabalho e, por isso, é necessário criar um contexto favorável para que se possa falar destes sentimentos em relação aos temas e às atividades não restritas à doença ou ao núcleo profissional.
Esse nova postura dos profissionais de saúde demonstra a mudança diante daquela visão antiga de trabalho da medicina tecnicista que só visava a doença, e a humanização muda todo esse pensamento e criando uma nova postura desse profissional que tem outra visão daquele paciente que busca um atendimento na unidade de saúde. A Clínica Ampliada propõe que o profissional de saúde desenvolva a capacidade de ajudar as pessoas, não só a combater as doenças, mas a transformar-se, de forma que a doença, mesmo sendo um limite, não a impeça de viverem outras coisas na sua vida.

Referência
BRASIL, Ministério da Saúde; Humanização do SUS- Clínica Ampliada e Compartilhada; Brasília-DF, 2009.