A Política Nacional de Humanização (PNH), conforme documentos e artigos produzidos nos últimos cinco anos, vem afirmando uma política pública de saúde que não se reduz ao seu caráter governamental. Como política pública, portanto processual, se constrói a partir das experiências do SUS, dos processos de trabalho em curso nos serviços de saúde, afirmando-se nas práticas concretas dos trabalhadores, usuários e gestores que compõem o Sistema Único de Saúde (SUS) no nosso país.
A PNH, tem por objetivo central qualificar a gestão e a atenção à saúde, ou seja, é uma política que induz inovações nas práticas gerenciais e nas práticas de saúde, colocando para os diferentes coletivos/equipes implicados nestas práticas o desafio de superar limites e experimentar novas formas de organização dos serviços e novos modos de produção e circulação de poder. A aposta desta política, ao afirmar a inseparabilidade entre gestão e atenção, entende que a gestão dos processos de trabalho em saúde não pode ser compreendida como tarefa administrativa separada das práticas de cuidado. Neste sentido, vem produzindo um cardápio de ofertas-dispositivos para o desafio da construção de uma rede de cuidado territorial que responda às necessidades de usuários e trabalhadores de saúde.
Poder discutir em prol da autonomia, afirmar práticas congestivas exige deliberação, protagonismo e análise dos efeitos de nossas práticas quanto à produção de saúde.
REFERÊNCIA
GUEDES, C. R., PITOMBO, L. B. & BARROS, M. E. B. Os processos de formação na Política Nacional de Humanização: a experiência de um curso para gestores e trabalhadores da atenção básica em saúde. Physis - Revista de Saúde Coletiva, 19 [ 4 ]: 1087-1109. Rio de Janeiro, 2009.